quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Estratégias de apropriação do espaço: Parkour, Deriva, Flaneur e Flash Mob

Parkour


Correr, suspender-se, saltar, dependurar, rastejar… O parkour é uma atividade que desenvolve essas habilidades e devolve ao praticante a capacidade de através de seus usos, movimentar-se livremente no ambiente em que se encontra.
A idéia é traçar um percurso ou objetivo e, por meios próprios, alcançá-lo independentemente dos obstáculos que surgirem no caminho. Durante esse deslocamento o praticante aprende a fazer uso de artifícios que vão desde a exploração da sua condição física ao discernimento de quais métodos de transposição oferecem menor risco ou maior eficiência durante esse trajeto.
A prática recebeu esse nome em 98 quando David Belle, juntamente com os praticantes de vanguarda, trouxeram para a as ruas francesas uma adaptação para o meio urbano das técnicas de salvamento e resgate utilizadas em treinos militares.

Deriva


A  deriva  como forma de vivência e método para romper com a racionalidade das 
representações do espaço dominantes foi uma prática entre os letristas e situacionistas. 
A formulação mais ampla dessa prática será, depois, tentada por Guy Debord. Para sua 
realização o livro “Paris et l’agglomération parisienne”, de Chombart de Lauwe, terá 
certa influência. A  deriva se define como um “comportamento ‘lúdico-construtivo’; 
ligada a uma percepção-concepção do espaço urbano enquanto labirinto: espaço a 
‘decifrar’ (como decifrando um texto com características secretas) e a descobrir pela 
experiência direta.” (New Babylon, Constant - Art et Utopie, p. 14)
Entre os diversos procedimentos situacionistas, a deriva se apresenta como uma técnica 
da passagem ativa através dos variados ambientes. O conceito de deriva está 
indissoluvelmente ligado ao conhecimento dos efeitos de natureza psicogeográfica, e à 
afirmação de um comportamento lúdico-construtivo, o que o opõe em todos os pontos 
às noções clássicas de viagem e de passeio.
Uma ou mais pessoas se entregando à deriva renunciam, por uma duração mais ou 
menos longa, às razões de se deslocar e de agir que elas conhecem geralmente, às 
relações, aos trabalhos e aos lazeres que lhe são próprios, para se deixar ir por 
solicitações do terreno e dos encontros que lhe correspondem. A parte do aleatório é 
aqui menos determinante que se crê: do ponto de vista da deriva, existe um relevo 
psicogeográfico das cidades, com correntes constantes, pontos fixos, e turbilhões que 
tornam o acesso ou a saída de certas zonas muito difíceis.
Mas a deriva, na sua unidade, compreende ao mesmo tempo este se deixar levar e sua 
contradição necessária: a dominação das variações psicogeográficas pelo conhecimento 
e o cálculo de suas possibilidades. Sob este último aspecto, os dados postos em 
evidência pela ecologia, e tão limitado quanto possa ser a priori o espaço social, cujo 
estudo esta ciência se propõe, não deixam de sustentar utilmente o pensamento 
psicogeográfico.




Fontes e mais informações:

Flâneur


O termo "flâneur" vem do verbo francês "flâner", que significa caminhar, ou "to stroll" em inglês.
Basicamente um Flâneur é uma pessoa que anda pela cidade com o objetivo de experimentá-la através de seus sentidos. No decorrer da história diversas pessoas tentaram teorizar o significado de Flâneur, inclusive o poeta Charles Baudelaire, que enxergava o papel chave do Flâneur como sendo o de entender o processo da modernidade, do urbanismo e do cosmopolitismo através do fluxo da cidade. Em termos artísticos, existem diversas escolas arquitetônicas e fotográficas que se denominam Flâneur, já que priorizam a participação daqueles que são afetados pelo desenho da cidade e pelo andamento da mesma. "
Flanar" é vagar pelas ruas não simplesmente caminhando, é andar observando tudo à volta.
O flanêur é um amante das ruas que repara em detalhes que para outros cidadão passam despercebidos. Ele valoriza objetos, lugares, pessoas que o observador comum já não repara, por fazerem parte de uma rotina.





Flash Mob

Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. Flash Mob é a abreviação de “flash mobilization”, que significa mobilização rápida, relâmpago. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social.
O primeiro flash mob foi organizado via e-mail (com o endereço themobproject@yahoo.com, criado para este fim), pelo jornalista Bill Wasik, em Manhattan. Mandando o e-mail para 40 ou 50 amigos (de maneira que eles não soubessem que o evento fora planejado pelo próprio jornalista), Bill convidou as pessoas a aparecerem em frente à loja de acessórios femininos Claire’s Acessories. Segundo ele, “A ideia era de que as próprias pessoas se tornassem o show e que, apenas respondendo a este e-mail aleatório, essas pessoas criassem algo” em um mob anônimo e sem liderança.
No entanto, a loja foi avisada antes do acontecimento e a polícia foi acionada, evitando que as pessoas ficassem na frente da loja, frustrando os planos do primeiro mob.
O segundo mob aconteceu em 3 de junho de 2003, na loja de departamentos Macy’s. Wasik e amigos distribuíram flyers para pessoas que passavam nas ruas, indicando quatro bares em Manhattan, onde elas receberam instruções adicionais sobre o caráter e o lugar do evento, minutos antes do seu início, para evitar o mesmo problema que ocorreu com o primeiro.
Mais de 100 pessoas juntaram-se no 9.º andar de tapetes da loja, reunindo-se em volta de um tapete caro. A quem se aproximasse de um vendedor foi dito que as pessoas reunidas no andar viviam juntas num depósito nos arredores de Nova Iorque, que estavam procurando por um “tapete do amor” e que todos faziam suas decisões de compra em grupo.
Fontes e mais informações:

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